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Intendência

  • Publicado: Quinta, 14 Novembro 2019 13:13
  • Última Atualização: Segunda, 29 Janeiro 2024 15:06
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SERVIÇO DE INTENDÊNCIA

   O Exército Brasileiro é constituído por um sistema integrado em que seus membros estão divididos em diversas especializações, cada qual responsável pela execução de uma atividade. Essas atividades, via de regra, é que definem toda a carreira militar desses indivíduos.

   A divisão dessas especializações é definida pela Arma, Quadro ou Serviço a que pertence o militar do Exército. Embora todos os militares sejam Combatentes Individuais Básicos, as Armas englobam o militar combatente por excelência, vocacionado diretamente para a atividade-fim da Força. Os Quadros reúnem os militares que, de origem diversa, aglutinam-se dentro dessas especializações com uma finalidade geral de apoio às Armas. Por fim, há os Serviços que, como o termo indica, têm uma atividade bem definida, normalmente de cunho administrativo e logístico.

   Nesse contexto, o SERVIÇO DE INTENDÊNCIA é a parte da logística militar voltada para as atividades de suprimento, transporte, serviços de apoio aos recursos humanos e administração financeira e orçamentária.

   A Intendência distribui materiais diversos (uniformes, equipamentos individuais etc) e os diferentes tipos de munição e de gêneros alimentícios. Proporciona também, em operações, outros serviços como lavanderia e banho e o transporte de materiais, viaturas e pessoal.

 Nas Organizações Militares, os Intendentes assessoram os Comandantes na administração financeira e na contabilidade, sendo a honestidade e a competência profissional suas características marcantes.

   Incansável e tenaz, a Intendência - “A Rainha da Logística” - realiza um serviço cotidiano e ininterrupto, transportando, suprindo, alimentando e buscando oferecer as condições necessárias para que o combatente cumpra sua missão e se mantenha em operações pelo tempo necessário. A satisfação da tropa apoiada é o seu maior objetivo. Por isso mesmo, é respeitada e admirada pela sua capacidade de trabalho e, cada vez mais, é fator fundamental no planejamento e na execução de todas as missões. “NÓS DITAMOS A PERMANÊNCIA NO COMBATE! SUPRIR!”

SÍMBOLO DO SERVIÇO DE INTENDÊNCIA

   Originário da Grécia e da Itália, o acanto é uma planta espinhosa, de flores brilhantes, cujas folhas compridas, verdes e recortadas, são muito decorativas. Foram largamente utilizadas, como motivos arquitetônicos, em construções de templos e monumentos sacros. Por isso, com o tempo, a folha de acanto passou a ser associada à pureza e à honestidade.

   Consta que esse simbolismo permaneceu nas legiões guerreiras de Roma. Os magistrados nomeados para cuidar das finanças militares autenticavam documentos com um sinete que tinha as características da folha do acanto. Na Ilíada, de Homero, também está registrado que, na guerra de Troia, os reis incumbiam oficiais de alta patente pela guarda e gestão dos fundos destinados ao pagamento dos soldados e das demais despesas da campanha. Esses oficiais, nos acampamentos, utilizavam a folha de acanto – por ser grande, ornamental, e, sobretudo, porque amarelava com facilidade – para identificar suas barracas. Assim, em situações emergenciais, eles eram facilmente localizados.

   Finalmente, na França, para exercer a administração e controlar a ação dos chefes de exército, foram criados os Intendentes; homens que prestavam contas diretamente ao rei. A nomeação destes, para fazer revistas nos regimentos formados, para verificar existência e quantidade de homens e equipamentos, era por escolha entre os nobres de honra ilibada e pureza comprovada. E a Intendência passou então a fazer parte do quadro do Exército no país, tendo o acanto como símbolo do caráter e perfeição moral dos que lidam com o dinheiro público.

   Em 1920, com a vinda da Missão Militar Francesa, foi criada a Intendência do Exército Brasileiro; que também ganhou como símbolo a folha de acanto.

PATRONO DO SERVIÇO DE INTENDÊNCIA

Marechal Carlos Machado Bittencourt

 

   Carlos Machado Bittencourt nasceu na Província do Rio Grande do Sul, em 12 de abril de 1840. Filho e neto de militares, desde sua infância foi incentivado para a carreira das armas. Aos dezessete anos, assentou praça no 13º Batalhão de Infantaria, em Porto Alegre. Porém, optou pela Cavalaria, onde trilhou uma carreira fulgurante, participando das principais batalhas da Guerra da Tríplice Aliança, galgando todos os postos da hierarquia militar.

   Em 1897, em momento conturbado da vida do País, o Marechal Bittencourt recebeu do Presidente da República, Dr. Prudente José de Moraes Barros, o convite para integrar seu ministério, assumindo a pasta da Guerra. Nessa época, lutava o Exército, há mais de um ano, em Canudos, no sertão baiano, contra o fanatismo pregado por Antônio Conselheiro, num ambiente onde não eram reconhecidas as autoridades. Após três expedições fracassadas, o Ministro da Guerra decidiu ir ao teatro de operações, onde diagnosticou que a precariedade da cadeia de suprimento era o fator a penalizar as investidas das forças legais. Na Bahia, organizou um serviço inteligente e metódico de comboios, dando relativo conforto à tropa empenhada, tirando-a da miséria dos suprimentos, da fome e do desalento.

   O drama de Canudos, no entanto, teve um epílogo mais triste. Em de 5 de novembro de 1897, no Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro, o Presidente Prudente de Moraes assistia a chegada da tropa vitoriosa, quando, inesperadamente, das fileiras do 10º Batalhão de Infantaria, um Anspeçada investiu contra a pessoa do Presidente da República, empunhando uma garrucha de dois canos.

   Tendo a arma falhado, o agressor atentou contra a vida da autoridade com um punhal. Num ato de bravura, mais uma vez demonstrando a coragem e a abnegação que se encerram na alma do verdadeiro militar, o Marechal Bittencourt interpôs-se entre o assassino e o Chefe de Estado, recebendo graves ferimentos que provocaram sua morte quase imediata.

   Em 1940, o insigne soldado recebeu o reconhecimento da Pátria, ao ser consagrado o “Patrono do Serviço de Intendência do Exército Brasileiro”.

 

 

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